Tuesday, February 14, 2006

Reais dos pobres para enriquecer pastores . . .

Reais dos pobres para enriquecer pastores . . .


STF devolve à Universal R$ 10 mi retidos pela PF
O STF decidiu devolver à Igreja Universal do Reino de Deus os R$ 10,2 milhões apreendidos pela Polícia Federal no aeroporto de Brasília em 11 de dezembro do ano passado. No instante da apreensão, o dinheiro estava sendo transportado em sete malas pelo deputado federal João Batista Ramos (SP). Ele foi expulso do PFL depois da ação da PF.



A pedido do Ministério Público, a PF abriu um inquérito para investigar a origem do dinheiro. Suspeita-se que seria trocado por dólares, para ser enviado ilegalmente para fora do país. O ministro Carlos Ayres Brito, do Supremo, decidiu devolver os R$ 10,2 milhões depois que a igreja do bispo Edir Macedo ofereceu em garantia um imóvel localizado no centro de São Paulo.



Munido de parecer favorável do Ministério Público, Ayres Brito determinou à PF a nomeação de um perito para avaliar o imóvel. A Universal diz que vale R$ 15 milhões. A perícia da PF deve ser concluída nos próximos dias. A decisão do STF não interrompe a investigação, que está longe de ser concluída.



A Universal alega que o dinheiro seria fruto da coleta de dízimos dos seus fiéis. No instante em que foi apreendido, estaria sendo transportado, em avião próprio, para São Paulo, onde a igreja manteria uma contabilidade centralizada. Dali, argumenta a Universal nos autos, são emitidos os cheques que bancam as despesas de uma rede de mais de 4.000 templos espalhados pelo país, incluindo os salários de cerca de 20 mil pastores e funcionários.



A retenção do dinheiro rendeu enorme dor de cabeça à PF. Os R$ 10,2 milhões foram guardados inicialmente no Departamento de Meio Circulante do Banco Central. Na seqüência, teve de ser depositado numa conta judicial remunerada da Caixa Econômica Federal.



Para transportar as sete malas recheadas de cédulas do BC para a CEF, a polícia tentou contratar a empresa de transporte de valores Confederal, pertencente ao deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE), ex-ministro das Comunicações de Lula. Eunício informou que, por segurança, sua empresa não transportaria mais do que R$ 1 milhão em cada carro-forte.



Seriam necessários, portanto, dez veículos. A empreitada foi orçada em R$ 350 mil. Como não dispunha de dinheiro em caixa, a PF teve de transportar, ela própria, os milhões da Universal. Armou-se em Brasília um esquema de guerra que mobilizou duas dezenas de agentes armados.



Chegando à CEF, o dinheiro teve de ser contado. O trabalho mobilizou os funcionários da agência central da instituição por arrastadas onze horas. Toda essa movimentação foi utilizada pela Universal ao defender no Supremo, com sucesso, a tese de que o melhor seria devolver os R$ 10,2 milhões à igreja.
Escrito por Josias de Souza às 23h13

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